A cannabis medicinal (CM) é frequentemente apontada como um tratamento eficaz para a dor crônica ou refratária. Com o interesse na CM crescendo nos Estados Unidos, como evidenciado pelos 29 estados e 3 distritos americanos que agora possuem programas públicos de CM, a necessidade de evidências clínicas que sustentem essa afirmação nunca foi tão grande. Este foi um estudo retrospectivo de imagem espelhada que investigou a eficácia da CM em pacientes que sofrem de dor crônica associada a condições qualificadas para CM no estado de Nova York. O desfecho primário foi comparar os escores do Questionário de Qualidade de Vida em 5 Dimensões (EQ-5D) e da Escala de Avaliação da Qualidade da Dor (PQAS) no início e 3 meses após a terapia. Os desfechos secundários incluíram comparações dos custos mensais de prescrição de analgésicos e do consumo de opioides antes e após a terapia. A tolerabilidade foi avaliada pela incidência de efeitos colaterais. Esta investigação incluiu 29 indivíduos. A qualidade de vida e a dor melhoraram, mensuradas pela mudança no EQ-5D (Pré 36 – Pós 64, P <0,0001) e mudança no PQAS paroxístico (Pré 6,76 – Pós 2,04, P <0,0001), superficial (Pré 4,20 – Pós 1,30, P <0,0001), profundo (Pré 5,87 – Pós 2,03, P <0,0001), desagradável (Pré “miserável” – Pós “irritante”, P <0,0001). Efeitos adversos foram relatados por 10% dos indivíduos. Após 3 meses de tratamento, a CM melhorou a qualidade de vida, reduziu a dor e o uso de opioides, e levou a economia de custos. Grandes ensaios clínicos randomizados são necessários para avaliar ainda mais o papel da CM no tratamento da dor crônica.
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