O CBD demonstrou atividade anticonvulsivante com base em modelos in vitro e in vivo. No entanto, vários relatos de séries pequenas ou estudos de caso do uso de extratos de cannabis na epilepsia apresentaram resultados contraditórios, e a eficácia do uso da cannabis em pacientes com epilepsia também tem sido inconclusiva. Em 2013, foi realizado o primeiro ensaio de Fase 1 para uma forma purificada de CBD (Epidiolex/Epidyolex; >99% de CBD), desenvolvida pela GW Pharma, que mostrou alguns sinais de eficácia. Posteriormente, foi iniciado um programa abrangente sobre a eficácia e tolerabilidade desse composto no tratamento de epilepsias resistentes a outros tratamentos. Os resultados desses ensaios levaram à aprovação pela FDA (Food and Drug Administration) e pela EMA (European Medicines Agency), respectivamente, em 2018 e 2019, para o tratamento de crises epilépticas associadas a duas epilepsias raras: síndrome de Lennox-Gastaut (LGS) ou síndrome de Dravet (DS) em pacientes a partir de dois anos de idade. Assim, o CBD se tornou a primeira substância medicamentosa purificada derivada da cannabis a ser aprovada pela FDA e também o primeiro medicamento aprovado pela FDA para o tratamento de crises epilépticas na síndrome de Dravet. Detalhamos os estudos clínicos que utilizaram CBD purificado (Epidiolex/Epidyolex), incluindo o primeiro estudo exploratório intervencionista aberto e ensaios clínicos randomizados para DS e LGS.