O crescente interesse no canabidiol (CBD), especificamente na forma pura de CBD, como tratamento para a epilepsia, entre outras condições, é refletido em recentes mudanças na legislação em alguns países. Embora haja muita especulação sobre o valor terapêutico de produtos à base de cannabis como tratamento anticonvulsivante há algum tempo, somente nos últimos dois anos temos evidências de Classe I disponíveis para uma forma pura de CBD, com base em ensaios clínicos randomizados controlados por placebo em pacientes com síndrome de Lennox-Gastaut e síndrome de Dravet. No entanto, assim que começamos a compreender a importância do CBD como tratamento para a epilepsia, nos últimos anos, uma ampla variedade de produtos anunciados como contendo CBD surgiram no mercado. Os efeitos desses produtos dependem fundamentalmente da pureza, preparação e concentração de CBD e outros componentes, e há uma grave falta de consenso e padronização em relação à sua preparação, composição, uso e eficácia. Esta revisão tem como objetivo fornecer informações a neurologistas e epileptologistas sobre o valor terapêutico dos produtos de CBD, principalmente na forma purificada, na prática clínica rotineira para pacientes com epilepsia intratável.