Tem havido um interesse crescente no papel dos endocanabinóides como moduladores críticos dos processos reprodutivos femininos. Os endocanabinóides são ligantes naturais de receptores ativados por proliferadores de canabinóides, vanilóides e peroxissomos. Juntamente com seus receptores, enzimas e alvos de sinalização a jusante, eles formam o sistema endocanabinóide (ECS). Embora o ECS seja conhecido por modular a dor e o neurodesenvolvimento, também é conhecido por afetar o sistema reprodutivo feminino, onde afeta a foliculogênese, a maturação do oócito e o secreção endócrina ovariana. Além disso, o ECS afeta o transporte de embriões ovidutais, implantação, decidualização uterina e placentação. Existe uma interação complexa entre o ECS e o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, e um intrincado crosstalk entre o ECS e a produção e secreção de hormônios esteróides. Canabinóides exógenos, derivados de plantas como Cannabis sativa, também são ligantes para receptores de canabinóides. Estes demonstraram ter resultados clínicos relacionados à desregulação do ECS, incluindo esclerose múltipla, doença de Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica, juntamente com efeitos adversos na reprodução feminina. O objetivo desta revisão é descrever e discutir dados de estudos em humanos, animais e in vitro que apoiam o importante papel do sistema endocanabinóide nos tecidos e processos reprodutivos femininos. Em particular, discutiremos alguns dos mecanismos pelos quais a sinalização endocanabinóide pode afetar a função ovariana em estados fisiológicos e fisiopatológicos.