A afirmação de que a cannabis mata neurônio circula há décadas, mas não encontra respaldo na ciência. Estudos antigos e preconceitos históricos construíram essa ideia, mas as evidências atuais mostram uma realidade bem diferente.
Neste artigo, esclarecemos as origens desse mito, os impactos reais da cannabis no cérebro e a história do estigma que envolve a planta, continue lendo para entender como tudo isso aconteceu.
O Experimento com macacos que gerou o mito
Nos anos 1970, o Dr. Robert G. Heath realizou um experimento que associou a cannabis à morte de neurônios . Entretanto, durante o estudo, os pesquisadores colocaram macacos em cabines pequenas e os submeteram à inalação contínua de fumaça de cannabis, sem ventilação. Em pouco tempo, os macacos vieram à óbito, e o estudo atribuiu os óbitos à cannabis.
Pesquisadores posteriores investigaram o caso e desmentiram essa conclusão. Uma análise revelou que os danos foram resultado da falta de oxigênio, provocada pela alta concentração de dióxido de carbono (CO₂) no ambiente. Portanto, as condições extremas, e não os compostos da cannabis, causaram os problemas observados nos macacos.
Estudos modernos confirmam que a cannabis não mata neurônios. Pelo contrário, compostos como o CBD (canabidiol) oferecem propriedades neuroprotetoras e benefícios em tratamentos de doenças como epilepsia e Alzheimer.
A Cannabis na História e o Preconceito
A narrativa de que a cannabis mata neurônio também se fortaleceu por preconceitos sociais. Povos negros e indígenas sempre utilizaram a planta para fins medicinais e espirituais. Então, quando a cannabis chegou às Américas, as autoridades associaram-se às comunidades marginalizadas, como negros e imigrantes mexicanos, para implementar políticas de controle.
Campanhas de desinformação no início do século XX apelidaram a planta de “erva do demônio” e espalharam o medo entre a população. Essas estratégias não tinham base científica, mas criminalizaram a cannabis e as culturas que utilizavam.
Hoje, a ciência e o debate social começaram a reverter essa visão, mostrando que o estigma construído foi injusto e prejudicou o avanço do uso medicinal da planta.
A ciência desmente o mito
Pesquisas modernas mostram que a cannabis não causa morte de neurônios. O uso da planta, especialmente em sua forma medicinal, não apresenta riscos ao cérebro.
O THC, principal composto psicoativo da cannabis, pode causar efeitos como dificuldades temporárias de memória e concentração em altas dosagens entretanto, esses efeitos desaparecem com o tempo e não danificam os neurônios. Por outro lado, o CBD, composto outro da planta, só demosntra potencial terapêutico, em diversas condições médicas.
A ciência moderna também investiga o papel dos canabinoides na proteção cerebral. Estudos já demonstram que a cannabis ajuda em doenças neurodegenerativas e reduzir inflamações no sistema nervoso. Portanto, o mito de que a cannabis mata neurônio não encontra sustentação científica.
A importância da educação para combater mitos
A desinformação sobre a cannabis perpetuou estigmas e atrasou avanços importantes. Por décadas, mitos como o de que a cannabis mata neurônio desviaram o foco das pesquisas científicas.
Felizmente, iniciativas de educação e orientação baseadas na mudança desse cenário já existem. Assim sendo, compartilhar informações confiáveis e baseadas em ciência ajuda a desconstruir preconceitos e promove um uso mais consciente da planta.
Conclusão
A ciência refuta o mito de que a cannabis mata neurônio. Pesquisadores mostram que a planta, usada de forma medicinal, não causa danos ao cérebro e oferece benefícios terapêuticos.
Com mais informação e menos preconceito, a sociedade pode explorar o potencial da cannabis para melhorar a saúde e a qualidade de vida de milhões de pessoas. O conhecimento, mais uma vez, se apresenta como a melhor ferramenta para combater a desinformação e construir um futuro mais inclusivo e consciente.