Os canabinóides são um grupo de compostos que medeiam seus efeitos por meio de receptores canabinóides. A descoberta do Δ9-tetraidrocanabinol (THC) como o principal princípio psicoativo da maconha, bem como a identificação de receptores canabinóides e seus ligantes endógenos, levou a um crescimento significativo nas pesquisas voltadas para a compreensão das funções fisiológicas dos canabinóides. Os receptores canabinóides incluem CB1, que é expresso predominantemente no cérebro, e CB2, que é encontrado principalmente nas células do sistema imunológico. O fato de os receptores CB1 e CB2 terem sido encontrados em células imunes sugere que os canabinóides desempenham um papel importante na regulação do sistema imunológico. Estudos recentes demonstraram que a administração de THC em camundongos desencadeou apoptose acentuada em células T e células dendríticas, resultando em imunossupressão. Além disso, vários estudos mostraram que os canabinóides regulam negativamente a produção de citocinas e quimiocinas e, em alguns modelos, regulam positivamente as células T reguladoras (Tregs) como um mecanismo para suprimir as respostas inflamatórias. O sistema endocanabinóide também está envolvido na imunorregulação. Por exemplo, a administração de endocanabinóides ou o uso de inibidores de enzimas que quebram os endocanabinóides levaram à imunossupressão e à recuperação de lesões imunomediadas em órgãos como o fígado. A manipulação de endocanabinóides e/ou uso de canabinóides exógenos in vivo pode constituir uma modalidade de tratamento potente contra distúrbios inflamatórios. Esta revisão se concentrará no uso potencial de canabinóides como uma nova classe de agentes antiinflamatórios contra várias doenças inflamatórias e autoimunes que são desencadeadas principalmente por células T ativadas ou outros componentes imunes celulares.